sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Feliz aniversário, Tricolor Querido!

76 anos de vida. Um jovem senhor!
Acho legal que a data de aniversário do time seja justamente nessa época de mundial, fonte de tantas alegrias. Dá aquele sentimento de predestinação, de boa sorte...

Essa semana eu estava lembrando com minha mãe da primeira camisa do São Paulo que ganhei dela, aos 15 anos. Ela estava em São Paulo e pedi que me comprasse uma oficial. Se não pudesse a camisa que fosse outra coisa, mas tinha que ser um produto oficial :) Sabia que eu tava pedindo demais, mas ela trouxe e fiquei maravilhada. Ter uma camisa oficial nunca foi barato, eu era uma torcedora recente do time, e ainda tinha aquela sensação de que se fosse pra dar um presente desses a alguém quem ganharia seria o meu irmão. Aquele clássico "isso é coisa de homem". 

Foi um breakthrough pois eu me sentia muito inibida pra achar e dizer alguma coisa de futebol. Aquela camisa foi um primeiro movimento pra legitimar o meu direito de torcer, comentar, xingar... nem imaginava eu naquela época que chegaria o tempo de fazer tudo isso livre, feliz, a plenos pulmões e indo assistir aos jogos no Morumbi ainda por cima! E putz, se tem uma coisa que me deixa feliz é ir no Morumbi... sair cedo de casa, pegar um café no Starbucks no caminho do estádio, sentar cedo e ficar admirando tudo, ouvindo o pré-jogo no rádio, enchendo o meu irmão de perguntas, depois voltar todo aquele caminho da João Saad à pé, mais comentários, às vezes irritados, às vezes aos risos, às vezes encharcada de chuva ou morrendo de frio em julho...

Sem querer diminuir a importância dos títulos, porque são importantes sim e todo mundo quer ver seu time campeão sempre, mas quando eu penso no São Paulo a primeira coisa que vem na cabeça é a felicidade da rotina de torcer: de esperar a quarta ou o fim de semana pra ir ao jogo, de pescar as edições do Lance e ver se estamos na capa, ou quando assisto o jogo em casa de gritar gol na janela pra provocar a corintianada do bairro...

Eu adoro torcer pro São Paulo, adoro como ele faz parte da minha vida, da minha semana, do meu dia. Que viva muito e cresça, sempre glorioso, sempre querido!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Fim do Brasileiro: ficamos pelo caminho...

Hoje, na última rodada do Brasileiro o São Paulo enfrentou o Santos e fez um belo jogo (mesmo considerando que jogamos contra do time B deles), ganhando de 4 x 1. Era nossa última oportunidade de tentar chegar a Libertadores do ano que vem, mas dependendo de um conjunto de resultados quase impossível: nossa vitoria e uma sucessão de empates ou derrotas de Figueirense, Inter, Coritiba... Não deu, Inter venceu o Grêmio por 1 x 0 e levou a última vaga.

Não dá pra lamentar. O São Paulo devia ter garantido essa vaga muito antes. Falhamos inúmeras vezes ao longo do campeonato, mudamos de técnicos em dois momentos, a torcida também cometeu o desserviço de surtar e abalar ainda mais o time quando foi necessária a substituição do Adilson...

É triste não ir para a Libertadores, mas pra mim foi muito mais triste acompanhar, semana a semana, o Rogério cobrar do elenco foco e da torcida apoio quando ainda tínhamos chances: primeiro de voltar a ser líder, depois de ficar entre os 4 primeiros, por fim de agarrar a última vaga na Libertadores... enquanto isso problemas eram minimizados por outros, desculpas iam sendo inventadas, e então jogou-se uma grande responsabilidade para a reestréia do Luís Fabiano. Gostei da sua volta, acho que ele termina o ano bem afiado para a próxima temporada, mas nunca acreditei em discursos que vendem um homem como a solução de um time. Futebol é jogo coletivo, depende de 11 em campo. Faltou maturidade de uns e liberdade pra outros pra que a coisa se ajeitasse.

Enfim, ficamos pelo caminho, foi isso. 

Esperemos agora pra ver que mudanças de elenco acontecerão. Ainda que muitos menosprezem, gostaria que o time voltasse as atividades levando a sério o Paulista. Pra mim todo título tem seu valor, seu ânimo, até futebol de botão master. Torço e canto pelo São paulo até quando meu irmão joga o FIFA 2012, e acho que faria bem a todos, mas especialmente a torcida, se já começássemos o ano no embalo.

De minha parte, pretendo ano que vem ser muito mais presente no Morumbi. Até porque existe aquele temido sentimento de que possa ser o último ano do Rogério no gol, em campo, vestindo e sendo o São Paulo. Ainda que não aconteça, mas especialmente se acontecer, quero estar lá para agradecer e aplaudir cada lance até o último jogo.

Adeus Sócrates (1954 - 2011)




É com tristeza que o hiato desde blog é quebrado. Inesperadamente, na madrugada de hoje, soube pelo twitter do @blogdojuca que o ex-jogador Sócrates havia falecido.

Não cheguei a assisti-lo jogar. Não posso dizer aqui que testemunhei seus passes, ou que acompanhei sua atuação na seleção. Mas é impossível, para qualquer pessoa que tenha acompanhado futebol no Brasil até o dia de hoje, não ter assistido a um replay dessas cenas, uma entrevista ou a algum comentário seu no Cartão Verde, ou mesmo ter tido notícia de sua participação durante as Diretas.

Ele era um figura impossível de se não simpatizar, transparecia simplicidade. E isso me foi comprovado não pela mídia, mas pela minha diarista. Dia desses estávamos conversando e ela me contou que trabalhou na casa de um médico muito amigo do jogador, com quem havia se formado e onde foi várias vezes almoçar. Segundo ela, sempre muito tranquilo, gentil, falando com todo mundo e elogiando o almoço. Um cara que não se vestia com a fama. 

Sócrates era irmão de Raí, meu primeiro ídolo no São Paulo. Sócrates era meu conterrâneo. Um ícone do que o futebol brasileiro já foi e que todo mundo gostaria que voltasse a ser: menos ganância e esquema, mais arte e paixão. Alguém que defendia o esporte como um aprendizado social, de leitura de mundo e de formação individual. 

Lamento que ele não vá ter um velório público. Acredito que a torcida corintiana e muito outros admiradores gostariam muito de prestar as homenagens que ele merece. Mas respeito a decisão, é um momento difícil, cada família sabe a dor de perder alguém.

Descanse em paz.