(Originalmente publicado aqui)
Esse (último) 7 de setembro foi um dia muito especial pra mim e desde ontem à noite tento por em palavras o que representou assistir ao milésimo jogo do Rogério Ceni com a camisa do SPFC.
É difícil explicar. Indo ao estádio eu já estava nervosa, ansiosa, feliz. Ir ao Morumbi é voltar pra casa e ver o Rogério em campo ao vivo, mesmo que tão distante lá da arquibancada, traz uma sensação de segurança inexplicável. Se ele não é a figura do pai, é a do irmão mais velho, aquele que vai ser o exemplo e vai dar tudo de si para que os demais possam fazer o mesmo. Porque se não fizerem ele vai cobrar.
O Rogério é o meu herói preferido. Ele não tem super-poderes, não é nenhum gênio precoce, ele não foi predestinado. Ele é o que é porque se construiu assim: veio de baixo, passou por todas as etapas de formação como profissional, com dedicação e paciência enormes. Pouca gente fala isso, o quanto ele soube esperar. Não passou a perna, não criticou o trabalho do Zetti, pelo contrário. Não se fez de vítima ou tentou bancar o fodão. Treinou, observou, analisou e aprendeu.
Talvez por isso a chance de aparecer outro como ele seja quase zero. Rogério é uma espécie de "Último Samurai", caras como ele não se fazem mais por aí, dentro ou fora de campo. Muitos pensam que nasceram prontos, querem o dinheiro, a fama, a glória imediata. Mas poucos terão o que o Capitão já tem: um caminho a ser lembrado e uma alma em eterno aprendizado.
Eu fico admirando a imagem desse homem e tento me inspirar todo dia, lembrar que a perseverança é o segredo, que a paciência é uma virtude mais que necessária e que a vida se constrói todo dia um pouco mais. Todos os dias. Por isso ele já deve estar pensando no próximo jogo.
O Rogério é só um cara e é exatamente isso que o torna tão especial. É a prova máxima de que o importante não está no poder ou na excepcionalidade. Está no caráter.
Fez um bem enorme pra minha alma estar ali ontem, e não só poque eu sou são-paulina.
Que venham então os jogos 1001, 1002, 1010, 1020...
Parabéns e mais uma vez obrigada, Capitão.
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